O choque da vaidade no esporte

As declarações do atacante Washington do São Paulo após o jogo contra o Santos ainda repercutem. O que gerou reprimendas publicas do Técnico, de outros jogadores e do Superintendente do clube.
Saber lidar com com a vaidade posso dizer que é uma arte. A reclamação do Washington trás males, muitas vezes imponderáveis sobre as dinâmicas de grupo. Pois antes de tudo, coloca-o em uma situação de destaque em detrimento de outros atletas, dizer que ele sai mais rápido do que entra nos jogos, é desmerecer os companheiros. Criam uma ruptura na coesão do grupo seja nas relações interpessoais existente e o que é pior na coesão do objetivo.
Diversos são os exemplos de equipes "menos" talentosas que obtiveram conquistas esportivas significativas, batendo inclusive equipes favoritas e "mais talentosas". Vou reforçar algo que ao longo de anos e quando falava sobre talento esportivo em alguns cursos que ministrei enfatizava - todos temos talentos. Alguns têm consciência e trabalhando para aperfeiçoá-lo e outros necessitam de interverções (técnicos, companheiros, professores, psicologos, preparadores física, etc) para potencializar. Pois muitas vezes os estimulos não estão adequados.
Um outro ponto importante é a tentativa da quebra de comando hierárquico, o confronto com o técnico. Um País de cultura esportiva fulgaz, em que aos atletas é dado mais poder do que para aquele que comanda. Em nosso esporte, principalmente, o futebol é corriqueiro. Técnicos maravilhosos, talentosos deixam de sê-lo do dia para a noite. Quer dizer que em um passe de mágica a competência desapareceu
Isso não pode ocorrer, fico arrepiado quando ouço entrevistas de dirigentes que vão à mídia para dizer que seus técnicos estão prestigiados, pode começar a contar o tempo... De outro lado, a saída de técnicos que afirmam que era o momento oportuno, pois as relações estavam desgastadas. Pergunto, o que fazemos com os exemplos de técnicos de diversas modalidades em outros países que estão há muitos anos, alguns à decadas, repito décadas, no comando de equipes. Será que nossos treinadores também não têm culpa?. Exaltamo-nos como o país do Futebol, será que somos tão melhores que os outros? será que somos vanguarda? Nossa gestão não é profissional, isto é fato.
Vou deixar o trecho que uma entrevista do Michael Jordan para vocês, alguns podem dizer que usá-lo é covardia, mas mostra bem que ele é.
"Naturalmente haverá altos e baixos, em particular se houver indivíduos tentanto alcançar um alto nível. Mas quando nos posicionamos dentro de quatro linhas da quadra, sabemos o que somos capazes de fazer. Quanto uma situação de pressão se apresenta, nós nos conectamos uns aos outros como uma unidade coesa. Por isso fomos capazes de nos recuperarmos tantas vezes e de vencer tantos jogos difíceis. E por isso fomos capazes de bater times mais talentosos" (grifo meu)
 Muitos deveriam refletir talvez aprendam algo que seja útil para serem melhores do que são.

Comentários

  1. Um texto ótimo e muito reflexivo, até mesmo para nossa vida cotidiana, que por vezes não acreditamos nos nossos talentos, ou ainda, nos achamos (super)capazes de realizar tudo sozinho.

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