As novas mídias e o esporte

As novas mídias e o esporte: entenda como utilizá-las

Ph.D Flávio Rebustini explica como as novas mídias podem ser utilizadas por organizações e celebridades do esporte
http://www.educacaofisica.com.br/carreiras2/as-novas-midias-e-o-esporte-entenda-como-utiliza-las/ 



A ascensão do esporte como um dos maiores fenômenos culturais no Século XX está intimamente ligado a associação com as mídias, principalmente com a televisão no último quarto do século. Nos dias atuais, passamos por uma intensificação com o advento das novas mídias, da expansão das redes sociais e dos meios de informação. Dentre as redes sociais, o esporte de alto rendimento tem se utilizado intensamente do Twitter como forma de divulgação do cotidiano dos atletas e clubes, com mensagens que vão de informações, promoções, negociações em curso e afazeres, até banalidade que incluem desavenças e exposição da intimidade e confrontos.
Para se ter uma ideia da expansão e importância que as redes sociais têm no esporte; em outubro de 2011, das 100 maiores contas do Twitter 14 eram ligadas ao esporte, sendo 5 de brasileiros. Em agosto de 2013, 21 das contas com maior número de seguidores estavam associadas ao esporte, sendo apenas 3 de brasileiros. Agora, nesse mês de setembro de 2016, o número de contas ligadas ao esporte subiu para 27, mantendo-se apenas 3 de brasileiros (Kaká, Neymar e Ronaldinho Gaúcho). O crescimento não é só em conta mais em número de seguidores que proporcionam ganhos maiores aos atletas em divulgação de marcas em suas contas. Como referência: Kaká tinha pouco mais de 6,5 milhões em 2011, passou para 16,4 milhões em 2013 e em 2016, atingiu 25 milhões de seguidores. O atleta com mais seguidores é Cristiano Ronaldo, que em 2011 era “apenas” o 27º, em 2013 saltou para mais de 20 milhões de seguidores e 15º no ranque, agora, em 2016, subiu para a 14ª posição e mais de R$ 43 milhões de seguidores.
Diante dessas informações pode-se questionar como o país associado ao futebol, o esporte mais divulgado e praticado no mundo, não tem nenhum dos seus clubes entre as maiores contas do twitter? Por que outros atletas brasileiros não estão entre as maiores contas? Considerando o fato de que os brasileiros estão entre os maiores usuários de redes sociais. Poderíamos considerar que houve uma pulverização em várias redes sociais, acontece que o uso de uma rede social não anula a outra, até porque é possível conectá-las e uma única mensagem ser compartilhada instantaneamente para diversas redes. Na realidade a abertura de novas redes sociais, potencializou ainda mais o mercado e a capacidade de divulgação das imagens dos atletas, dos patrocinadores e ações promocionais.
Uma das possíveis respostas a essa limitação dos clubes e atletas brasileiros é a forma que tem sido utilizada e a característica das mensagens divulgadas. Enquanto, os atletas internacionais utilizam de forma profissional para narrar aspectos do desempenho e da profissão, não é incomum que os atletas brasileiros destaques aspectos da vida pessoal. Uma breve busca nas biografias apresentadas pelos atletas no Twitter veremos que os atletas internacionais apresentam seus currículos, seus títulos e conquistas, enquanto os brasileiros, de forma geral, e não apenas no futebol, tratam de questões mais sociais e pessoais, suas biográficas normalmente estão com descrições de frases e mensagens de incentivo e motivação para o dia. Esse tipo de direcionamento pode afetar a busca de seguidores e da divulgação de patrocinadores, pois há um número reduzido de mensagens voltas às competições, treinamentos e eventos que envolvem a modalidade e que poderiam potencializar sua imagem.
Mas não é só o esporte de alto nível que tem utilizado a área de fitness tem explorado de forma intensa e sistemática: o Instagram, Facebook, Youtube, Blogs, Twitter, dentre outros para divulgar todo tipo de informações. Arregimentando seguidores, patrocinadores e fãs.
O desenvolvimento das redes sociais, se considerarmos o tempo do surgimento, estão em fase embrionárias em que os participantes e gestores ainda estão aprendendo a lidar com a ferramenta e monitorar seus efeitos sobre as pessoas, produtos e imagem. Contudo, não é possível como forma de negócio do esporte e da atividade física ignorar o papel presente e futuro que as redes sociais terão na divulgação de informação, na construção da imagem dos atletas e demais participantes da atividade física em suas mais diversas vertentes e modalidades.
Contudo, não se deve esquecer que não é apenas um mundo de positividades, há riscos inerentes ao uso dessas redes, como o roubo de identidade digital, o desenvolvimento de perfis falsos, usuários que utilizam as contas para agredir outros envolvidos, difamando e criando problemas muitas vezes de difícil correção. Tanto que as grandes associações esportivas criaram manuais de uso das redes sociais para orientar seus associados e, outras também utilizam desses manuais para proibir a divulgação de patrocinadores não oficiais.
(Fonte: Flávio Rebustini é Doutor pela UNESP/Rio Claro. Membro do LEPESPE – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte/UNESP-RIO CLARO. Coordenador da Especialização em Psicologia do Esporte da Universidade Estácio de Sá. E-mail: frebustini@uol.com.br).

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